sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Etapas do CNO e do processo RVCC



A actividade do CNO de Lagoa, tal como a de todos os Centros de Novas Oportunidades, organiza-se tendo em conta uma série de etapas/dimensões, nomeadamente, o Acolhimento dos Adultos; o Diagnóstico/Triagem; Encaminhamento e o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.
A fase de Acolhimento dos Adultos consiste na inscrição no Centro Novas Oportunidades, e no esclarecimento das diferentes fases do processo do trabalho a realizar. É preenchida uma ficha de inscrição, e os dados são registados na base de dados do programa SIGO.
Normalmente, é a Técnica de Diagnóstico, que efectua o diagnóstico para clarificação do perfil do/a adulto/a e definição da melhor oferta educativa. Nesta fase, realizam-se sessões de esclarecimento e entrevistas individuais. Finalmente, o encaminhamento conduz o adulto para a oferta formativa ou educativa mais adequada, de acordo com o seu perfil e as suas necessidades. Nesta etapa, negoceia-se entre ambas as partes, o caminho que o/a adulto/a seguirá, sendo que a última palavra é sempre do/a adulto/a (Carta de Qualidade, 2007; Portaria nº 370/2008).
Caso seja definido que o/a adulto/a entre em processo RVCC, terá de passar por três fases, nomeadamente pelo Reconhecimento, pela Validação e pela Certificação de Competências. Na fase de Reconhecimento utiliza-se o Balanço de Competências e uma abordagem Autobiográfica, onde se identificam os saberes e as competências da pessoa ao longo da vida dos diversos contextos (formais, informais e não-formais). É com base neste pressuposto metodológico, que se vai construindo o Portefólio Reflexivo de Aprendizagens que se baseia no referencial de competências-chave (ANQ, 2007a). O Balanço Competências subdivide-se em diversas etapas. Inicialmente, os/as formadores/as procedem-se à descontrução do referencial nas diversas áreas, em sessões de grupo. O CNO de Lagoa efectuou a adaptação dos referenciais oficiais do nível básico para uma melhor compreensão por parte dos/as adultos/as. Depois, passa-se à fase dos atendimentos individuais onde o/a adulto/a vai apresentando ao Profissional de RVC o trabalho autónomo de reconhecimento das suas competências (ANQ, 2007a; Portaria nº 370/2008).
Outra das etapas do processo é a Validação de Competências. Tem como finalidade a avaliação das competências adquiridas ao longo da vida e a sua correspondência com os referenciais do Catalogo Nacional de Competências. Nesta etapa a equipa técnico-pedagógica realiza uma sessão com o/a adulto/a onde se analisa e avalia o PRA (ANQ, 2007a; Portaria nº 370/2008).
A penúltima etapa do processo RVCC corresponde à certificação de competências. Consiste no momento em que o/a adulto/a já validou as competências adquiridas no seu percurso de vida. Para oficializar e formalizar essa certificação é realizado um Júri de Validação constituído pela profissional de RVC, as formadoras e o/a avaliador/a externo/a nomeado/a pela Direcção do Centro de Novas Oportunidades (ANQ, 2007a; Portaria nº 370/2008).
Quando a equipa técnica-pedagógica verifica que o/a adulto/a não tem competências suficientes para validar os seus conhecimentos numa das áreas de competência, este/a é encaminhado/a para formações complementares até 50 horas. Se o/ adulto/a não têm competências para validar uma ou mais áreas de competências, e a formação modular de 50 horas não é suficiente, é apenas certificado parcialmente. Neste caso, para que o/a adulto/a obtenha o nível escolar a que se submeteu, terá de realizar uma ou mais acções de formação noutra entidade. Por exemplo, num curo EFA (ANQ, 2007a; Portaria nº 370/2008).
Após a sessão de Júri, a profissional de RVC marca uma data com os/as adultos/as certificados para uma sessão do Plano de Desenvolvimento Pessoal com o objectivo de informá-los das diversas ofertas formativas e pessoais que poderão aceder.
Referências

ANQ. (2007a). Carta de Qualidade dos Centros de Novas Oportunidades. Lisboa: ANQ, IP.



ANQ. (2007b). Iniciativa Novas Oportunidades Adultos. Principais Resultados, 2 de Maio de 2007. Acedido a 27 de Novembro de 2008 in http://www.portugal.gov.pt/NR/rdonlyres/BA37746E-CB11-4FD8-ACD3-7F3192709D89/0/Apres_Novas_Oportunidades_Balanco1.pdf



Portaria nº 370/2008. Diário da Republica, 1ª Série – Nº 98 – 21 de Maio de 2008.

Metodologia do processo RVCC


O processo de RVCC utiliza uma metodologia de balanço de competências das aprendizagens em contextos formais, não-formais e informais, e uma abordagem auto-biográfica através das histórias de vida.
No nível básico, o processo de RVCC inicia-se com a realização de 5 sessões. Estas sessões são obrigatórias e servem para explicar o que é o processo RVCC e para se desconstruir os referencias conjuntamente com os/as adultos/as. Na oportunidade, pede-se aos presentes que pensem em situações de vida que estejam relacionadas com as áreas de competência, e desta forma o/a adulto/a fica desde logo desperto/a para os objectivos do processo e para forma como deverá conduzir o se dossier pessoal. A primeira sessão é com a Profissional de RVC, que irá acompanhar o/a adulto/a ao longo do processo, e as restantes com as formadoras, nomeadamente duas sessões de Matemática para a Vida (1 MV e outra MV/TIC), uma de Linguagem e Comunicação (LC) e outra de Cidadania e Empregabilidade (CE).
O nível Secundário apresenta três áreas de Competências-Chave: Cidadania e Profissionalidade; Sociedade, Tecnologia e Ciência; e Cultura, Língua, Comunicação. Baseia-se num sistema de créditos, constituídos no total por 88 créditos, em que os/as adultos/as têm que atingir um limite mínimo de créditos em cada área. É necessário validar e certificar 44 créditos (metade do referencial), nomeadamente 16 em CP, 14 em STC e 14 em CLC. A obtenção de 1 crédito implica que o/a adulto/a evidencie 1 competência. As áreas são constituídas por vários núcleos e cada um deles têm vários domínios de referência (Contexto privado, profissional, institucional e macro-estrutural) correspondendo a um tema.


Centro de Novas Oportunidades de Lagoa


O Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências de Lagoa abriu em Janeiro de 2006. Encontra-se sedeado no Centro de Estudos e Formação de Lagoa (antiga Escola Jacinto Correia). Foi o quarto Centro inaugurado no Algarve e o primeiro do Barlavento Algarvio. Na altura, o Centro RVCC de Lagoa era tutelado pela Direcção-Geral de Formação Vocacional, hoje substituída pela Agencia Nacional para a Qualificação (ANQ). O Centro RVCC de Lagoa foi criado por iniciativa de docentes do curso de Educação e Intervenção e Intervenção Comunitária (actual curso de Educação Social), tendo, por isso, como entidade promotora, a Escola Superior de Educação da Universidade do Algarve.
Através da portaria nº 370/2008 de 21 de Maio de 2008, os Centros RVCC deram lugar aos Centros de Novas Oportunidades (CNO), alargando o seu âmbito de intervenção. Desta forma, além do processo de RVCC, os Centros de Novas Oportunidades são a porta de entrada para variadas saídas formativas e educativas.
O CNO rege-se pela Carta de Qualidade aprovada pela ANQ. Tem como missão encaminhar os Adultos para a realização de processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (Processo RVCC), para Cursos de Educação e Formação de Adultos (Curso EFA) ou para outras ofertas formativas. Apenas o processo RVCC ocorre dentro do CNO de Lagoa, sendo que as restantes ofertas educativas se realizam noutras entidades exteriores.
O processo RVCC destina-se a adultos/as maiores de 18 anos, que não possuam o nível básico ou secundário de escolaridade, e que tenham uma experiência profissional e de vida que lhes permita validar as áreas de competências previstas nos referenciais. Assim, o Centro de Novas Oportunidades de Lagoa certifica adultos/as para os níveis B1, B2 e B3 (4º, 6º e 9º anos) e para o nível secundário.
A abrangência do CNO de Lagoa ultrapassa o espaço da cidade de Lagoa, visto que realiza itinerâncias na freguesia de Algoz (concelho de Silves), na Guia (concelho de Albufeira), em empresas de Portimão, e na Universidade do Algarve (Faro).