quinta-feira, 26 de março de 2009

Entrevista sobre a Felicidade

No passado dia 13 de Março foi publicada mais uma edição da Página do CNO ESE/UALG. Quem teve acesso ao Jornal Gazeta de Lagoa, pôde ler uma entrevista sobre a Felicidade com o Consultor Filosófico Jorge Humberbo Dias.

Se não teve acesso ao Jornal, leia agora.


Felicidade e Projectos de Vida em debate no dia 16 de Março

Realiza-se no dia 16 de Março, pelas 19h30, no Centro de Novas Oportunidades da Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve (CNO ESE/UALG), um workshop intitulado Felicidade com ou sem trabalho?
A Oficina Prática será coordenada pelo Consultor Filosófico Jorge Humberto Dias, e tem como finalidade debater a importância dos Projectos de Vida e do Plano de Desenvolvimento Pessoal na concretização da Felicidade Pessoal.
Jorge Humberto Dias é autor do livro Pensar Bem. Viver Melhor. Filosofia Aplicada à Vida e dirige actualmente o Gabinete Project@. Tem um método próprio de resolução de problemas existenciais e acredita que a Felicidade é possível, desde que se trabalhe na sua construção.
A Felicidade é uma das grandes finalidades da vida humana e nesse sentido procuramos respostas junto de Jorge Dias sobre este tema e sobre a actividade que irá coordenar no CNO ESE/UALG.

Grupo de Práticas (GP) – Porque existem pessoas que aparentemente são felizes e outras não?

Jorge Dias (JD)
– Provavelmente, porque algumas pessoas conseguiram obter resultados positivos nos projectos que já desenvolveram.

GP
Qual a importância dos Projectos de Vida e dos Planos de Desenvolvimento Pessoal na concretização da Felicidade?

JD
– Toda. Sem Projectos de Vida e sem Planos de Desenvolvimento Pessoal não é possível ser feliz. A felicidade é o resultado de uma construção que a pessoa faz na sua vida. Para obter bons resultados é necessário ter bons projectos, e para isso é essencial que a pessoa tenha algumas competências racionais. Apesar de termos uma dimensão fisica e corporal, que nalguns aspectos nos aproxima dos animais, por outro lado, temos uma dimensão própria da nossa espécie – a humana – que nos “obriga” a construir um caminho especial na vida e a viver uma felicidade única no planeta: aquela que resulta das concretizações dos nossos projectos.

GPAlguns Projectos de Vida têm de ser planeados a longo prazo, mas hoje em dia a sociedade exige soluções rápidas. Por exemplo, o desemprego é uma ameaça constante a quem não se actualiza profissionalmente. Quais são as implicações de tal facto na Felicidade pessoal?

JD – Essa pergunta só poderá ser respondida pela pessoa que vive essa situação, ou seja, cada pessoa tem os seus valores e ideias, a partir dos quais elabora os seus projectos. Se para uma pessoa X, for essencial a concretização de um projecto de emprego, então é óbvio que a situação de desemprego lhe pode provocar alguma infelicidade. No entanto, para a infelicidade, não é suficiente o insucesso de um projecto. Seria necessário algo mais! Por outro lado, teríamos que perceber a situação concreta dessa pessoa que vive em desemprego, a saber, as suas causas, os seus valores, ideias, crenças e emoções. Depois, analisar o projecto que essa pessoa tem para a sua vida profissional, etc., etc.
Por exemplo, na actualidade, o lado emocional das pessoas pode funcionar como verdadeiro obstáculo na construção felicitária da pessoa, pois é a principal causa de ilusões, desvios e sofrimentos... Nesta dimensão, costumo aconselhar as pessoas a serem mais objectivas e racionais, pois facilita imenso o processo de ajuda e de construção do “projecto”...

GP
–O que se vai passar na sua Oficina Prática no dia 16 de Março no CNO ESE/UALG em Lagoa?

JD – Depende das necessidades das pessoas que aparecerem e da quantidade. Mas está previsto fornecer uma definição de Felicidade, analisar uma metodologia de desenvolvimento de projectos e ensaiar a avaliação da aplicação prática deste trabalho na vida de cada pessoa.

GP – A quem pode interessar esta actividade?

JD
– A qualquer pessoa, mas sobretudo àquelas que se consideram mais infelizes. Por outro lado, sendo a Felicidade um problema humano, temos de perceber que o seu processo não tem propriamente um início/fim predefinidos. Além disso, podemos sempre melhorar a qualidade da nossa vida, assim como incutir-lhe mais profundidade e riqueza.
Actualmente, são já bastantes as instituições que se preocupam com a felicidade dos seus funcionários, pois é evidente que a sua realização pessoal gera mais condições de produtuvidade e de sucesso.
É por esta razão que vemos técnicos de saúde a realizarem formação na área da Filosofia Aplicada à Saúde, empresários a estudar Ética Aplicada à Economia, funcionários a frequentarem cursos de Consultoria Filosófica para a Resolução de Conflitos, etc.
A felicidade tem várias dimensões e a filosófica é com certeza uma das mais importantes...

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